Sabem aquelas festas que resolvemos fazer um dia e que correm tão bem que vamos querer repetir sempre e sempre igual? Foi o que aconteceu com a nossa primeira "Sopa da Pedra". Acho que foi em 2009. A intenção era trazer as pessoas ao campo no Inverno para poderem perceber as diferenças das estações, a beleza dos dias frios, ver as árvores despidas em contraste com o monte de roupa que temos que usar. Desafiei a minha amiga (tipo irmã, porque temos a sorte de conseguirmos ralhar uma com a outra sem nunca nos zangarmos e isso é coisa de irmãs, digo eu) Lena porque sabia que feito por ela saia bem com certeza. Aceitou (aceita (quase) sempre os desafios que lhe faço) e toca a pensar em como e o quê. A ementa foi, como podem imaginar, pensada para um dia frio de Inverno. E que frio que estava naquele dia 8 de Dezembro de 2009!. Foi verdadeiramente um almoço onde as fogueiras fizeram todo o sentido, não só para cozinhar como para aquecer. Ninguém conseguiu largar casacos, gorros ou cachecóis. A sopa a ferver, o pão acabado de sair do forno, o vinho quente e o chá de gengibre não podiam vir mais a propósito. Cada vez que abríamos a boca o fumo que saia concorria com o das fogueiras. E correu tão bem!! tão bem,que resolvemos repetir. Em 2010 choveu muito mas claro a festa fez-se igual. Uma tenda para as fogueiras não apagarem e o armazém todo para acolher os convivas. Haja vontade e alegria que a festa dura enquanto é dia. Em 2011 esteve um dia de verão, quente como por vezes nem Maio está. Para além das fogueiras de que todos fugiam por não ser preciso mais calor, o dia convidou a que a festa fosse ainda melhor. E assim tem sido, acreditem que é verdade, durante estes 5 últimos anos. Quando a ideia era fazer uma festa de campo no Inverno, trocam-nos as voltas e como bónus vêm oferecidos de mão beijada dias de Primavera. Claro que as fogueiras não são dispensáveis, o mega (cada vez maior) panelão de sopa a cozinhar na fogueira, uma sopa maravilhosa, cheia de vida com o sabor que só o "lume de chão" consegue fazer e que dá para todas as dietas. O forno de lenha aceso com pão prontinho a sair a toda a hora para molhar na tiborna (dentes de alho banhados em azeite a sério e sal marinho) e no húmus. Vinho quente "temperado" com canela, cardomomo, flor de anis .... Chá de gengibre... Limonada e vinho do outro à venda na mercearia para quem não dispensa uma garrafa. A rematar batata doce assada no forno de lenha, o maravilhoso doce de abóbora aos cubos (receita das minhas tias), clementinas e laranjas. Basta a descrição para apetecer mergulhar de cabeça no dia 8 outra vez. E claro cá estará a Lena como todos os anos, independentemente de todas as mudanças que já houve por aqui. Já temos um restaurante com um maravilhoso Chef mas a Sopa da Pedra pertence à Lena. Sem dúvida que este ano muito bem acompanhada com o João ao lado. O dia 8 é dela nós já sabemos. Com a Mena ao lado, com os pés aos saltinhos para não se queimar com o calor da fogueira. Uma enorme azáfama na preparação, estamos todos convocados para trabalhar neste dia. Acender as fogueiras, pôr as panelas ao lume, a pedra sempre primeiro, montar as mesas, estender toalhas, pôr as mesas, enfeitar com flores, preparar o mercado. É sempre um dia CHEIO, de trabalho, de boa comida, de emoções, boa disposição, descontração, enfim acho que só não vem quem não pode ou não sabe :-) Acredito que estejam cheios de vontade de saber mais, aqui vai o link