“Enquanto correr na torneira a GRANDE maioria da população não vai realizar o que se passa no campo.

Se não nos diz “muito” diretamente respeito não nos interessa. Caminhamos para um mundo de indiferentes ou de reativos em sistema pop up.

No fim do Jornal da Noite de 4ª feira da TVI passou uma reportagem sobre a seca.

Assustador. Assustador para todos. Mas água para a torneira vai ser a última a acabar. Antes disso serão os fogos a queimar a eito, os agricultores a não conseguir produzir, o alimento a faltar, o aumento dos preços…

“- Ai que horror que fatalismo doentio, temos que pensar positivo… “. Há alturas em que bem que nos podiam poupar a este género de expressões. Só quem cá anda, quem vê os campos tão secos que dá verdadeiro dó, que vê as reservas de água a descer a um ritmo nunca visto, os lençóis freaticos cada ano mais em baixo. Quando, pela primeira vez estamos a selecionar e reduzir quantidade e variedades de culturas com medo de que a água não chegue para tudo. É realmente assustador para quem trabalha a terra.

Mas entretanto continuam a aumentar as extensões de culturas de regadio intensivas em zonas onde a água sempre foi um desafio. Como se as barragens fossem sinónimo de milagre. O PODER na cidade quer lá saber. Hectares sem fim de olival e amendoal são sinónimo de evolução, dizem.

Deslumbramento de gente ignorante para os quais sinónimo de evolução é quantidade.

Será que um dia vamos perceber que só a qualidade nos salvará?

Entretanto, que a água não nos falte por aqui.”

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