Mais valia não ter saído.
Ah… que temos que ser mais positivos, mais leves, mais soltos… Começo a achar que neste mundo que estamos a construir, ser positivo, leve e solto é ser alienado, ou meio pateta, ou ser daqueles que “sempre viram as coisas acontecerem assim” e optam pela confortável posição de “prefiro não saber”.
Hoje saí da Quinta por duas horas e voltei incomodada. Incomodo-me porque escolhi não virar a cara nem dizer “prefiro não saber”.
As fotografias não estão do melhor dadas as circunstâncias, mas são reais e servem para ilustrar o que me incomodou.
A primeira a de um homem que vinha, assim completamente mascarado pela estrada fora. Acredito que saberão o que andava a fazer, mas reforço: andava a aplicar herbicida nas bermas da estrada nacional para queimar as ervas ….
Tão, mas tão errado! Tudo errado. O ato, o local e as consequências.
Se um homem tem que andar assim camuflado para espalhar herbicida dá para perceber o tóxico que é e o mal que faz. Dizem que tudo se esvai nos “intervalos de segurança”, sim é verdade, passados alguns dias ou semanas , conforme a toxicidade, já não há resíduos… pois, mas entretanto já queimou tudo, já se espalhou pelos lençóis de água… já foi por aí …
Mas não ficamos por aqui na falta de senso. Se já não faz qualquer sentido o uso de herbicida (por exemplo em Lisboa os passeios estão meios “feios” com ervas porque deixaram de o aplicar. Palmas para a decisão) , muito menos o fará numa berma de uma estrada nacional…. Porquê? pergunto. Só porque quem tomou esta decisão é dos que prefere a linda frase “prefiro não saber”.